“Durante séculos, a religião e a ciência foram inimigas
ferrenhas. Agora a ciência procura por um criador. Alguns físicos acham que Ele
se esconde na matemática. Os neurologistas, que Ele pode estar em nosso
cérebro. E os programadores de computador crêem que Deus é apenas mais um
deles, e que nosso mundo nada mais é do que Sua simulação.”
Is There a Creator?
Toda
cultura invoca um Deus, uma entidade onipotente que criou o mundo e dirige
nosso destino. Mas por que partilhamos essa crença em um criador cósmico? O
Criamos para satisfazer a necessidade de nossa psique ou a cultura? Deus
realmente existe lá em cima?
Pelo mesmo
tempo que os cientistas lutam para entender nosso lugar no Universo, houve
aqueles que esperavam vislumbrar Deus. Gênios como Newton e Einstein usaram a
matemática para investigar os mecanismos da natureza buscando por Deus através
das equações que definem as leis da física.
Para o
físico Garrett Lisi, o Universo pode ser facilmente descrito matematicamente.
Deve-se imaginar o funcionamento do mundo em dada circunstância, e depois usar
a razão e a matemática para criar uma descrição de como isso pode estar
ocorrendo. Mas é a imaginação que abre caminho antes de surgir a razão.
Físicos
como Lisi procuram uma teoria única e abrangente, uma concepção matemática que
explique tudo. Se tudo isso estiver certo, Deus pode ser um grande matemático.
Para Andy
Albrecht, assim como um suflê de chocolate perfeito depende da mistura precisa
de ingredientes assados a uma temperatura específica e por tempo determinado, o
nosso Universo tem essa aparência devido ao equilíbrio preciso entre as quatro
forças fundamentais. Essas quatro forças são a gravidade, o eletromagnetismo, a
nuclear forte e a nuclear fraca.
O
extraordinário é que quando somamos tudo isso, todas essas forças têm que ser
exatamente da forma como observamos, para que a vida exista. Altere uma delas,
mude os parâmetros, e algo sairá errado. O planeta desaparecerá, o Sol irá se
apagar, o DNA irá se dissociar. Alguns chamam isso de paradigma de “Cachinhos
dourados”. Nem muito, nem pouco, tudo na medida certa.
O Dr. John
Polkinghirne fez um trabalho sobre o quark, uma partícula subatômica
fundamental. Para John, essas quatro forças fundamentais são o portfólio das coisas
que originam os processos físicos do mundo. Um fato interessante sobre o mundo
é que tais forças na intensidade específica que elas têm, tem de ser muito
próximas ao que observamos se estivéssemos aqui para observá-la, pois apenas um
mundo cujas forças sejam similares àquelas que presenciamos seria capaz de
produzir vida baseada em carbono.
Os
cientistas estão divididos, quanto ao equilíbrio das forças. Seria um design
inteligente, ou apenas o jogo dos dados cósmicos?
A teoria da
inflação de Alan Guth é uma ideia aceita para a formação inicial do Universo. A
inflação afirma que logo após o Big Bang, o Universo se expandiu muito rápido,
dobrando de tamanho 100 mil vezes em frações de segundos. Ela ajuda a explicar
como o mundo que conhecemos passou a existir. Mas a inflação tem outra
implicação surpreendente. Deve haver mais de um Universo. Um importante aspecto
deste processo de inflação é que quando ele pára, não pára uniformemente, ao
mesmo tempo ocorre que ele pára em alguns lugares e eles acabam virando
Universos. E no restante, no que chamamos de multiverso, a inflação prossegue e
mais tarde, mais universos se formariam. E pode haver um número infinito desses
universos bolsões formados pelo processo de inflação eterna.
Se existissem
esses multiversos, estaríamos vivendo em apenas um desses vários universos
bolsões. Em cada
Universo teria suas leis da física distintas.
O
resultado: Um Universo diferente sem possibilidade de vida humana. Para Alan
nosso Universo não é cuidadosamente trabalhado por um ser divino. Foi apenas
uma jornada de sorte num empreendimento cósmico incerto. Uma única teoria
matemática para explicar tudo poderia aproximar a ciência mais do que nunca da compreensão
de nossa criação.
Um Universo.
Quatro forças. Bilhões de galáxias. A precisão e complexidade do nosso mundo
são suficientes para fazer até o cosmólogo mais equilibrado enlouquecer um
pouco.
Os
cientistas consumiram décadas e bilhões de dólares na busca de Deus. Eles
construíram gigantes máquinas de esmagar átomos para analisar como as quatro
forças fundamentais agem. Eles descobriram que a nível microscópico, bilhões de
vezes menores que um átomo, as forças são causadas pelo movimento de minúsculas
partículas. O eletromagnetismo é conduzido pelos fótons. A força forte é
conduzida pelas partículas chamadas glúons, a força fraca por partículas
chamadas bósons “W” e “Z”. Mas nunca descobriram os condutores da força da
gravidade, os ardilosos grávitons. Foi nesse ponto que os esforços para
unificar a matemática do Universo paparam.
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